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sábado, 28 de agosto de 2010

O Brasil mais gordo é um país mais feliz?

O Brasil mais gordo é um país mais feliz?

11 Comentários »
A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE apontou que 50,1% dos homens e 48% das mulheres estão com excesso de peso (na década de 70, o índice era de 18,5% e 28,7%, respectivamente). Enquanto isso, 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres são obesos. Estamos comendo mais industrializados (bolachas, comida pronta, refrigerantes) no lugar de alimentos tradicionais (arroz, feijão, vegetais). Isso, aliado ao excesso de sedentarismo, é uma bomba relógio.
Estamos nos tornando cada vez mais, para a alegria de muitos, uma sociedade parecida com a norte-americana quanto aos hábitos de alimentação – lá os índices de obesidade entre a população adulta são alarmantes. É o nosso mundo novo, admirável, gordo, que vem semi-pronto para comer.
É claro que isso causa efeito colaterais além dos pneus de gordura e das veias entupidas de colesterol. Apesar das propagandas pregarem o contrário (e viva a liberdade de expressão sem responsabilidade…), não há recursos naturais suficientes para a universalização do estilo de vida norte-americano, já adotado de forma cega por nós e pelas classes abastadas das demais metrópoles mundiais e que vai ganhando membros com o crescimento econômico. Se consumindo o que a gente já consome, o planeta está desse jeito, imaginem se todos os habitantes da Terra tivessem um padrão de consumo desnecessariamente alto, próximo daquele dos Estados Unidos pré-crise? O colapso ambiental e social viria muito antes do que imaginamos.
Como já disse aqui, não estou defendendo que nos organizemos em comunidades isoladas, cultivemos juta para fiar nossas roupas, boldo e pariparoba para garantir uma reserva médica e restrinjamos nosso lazer a cânticos cumbaiá em torno de fogueiras. Avançamos tecnologicamente e nos beneficiamos disso – por mais que esse “progresso” seja doloroso. E é exatamente por isso, pelo acúmulo de conhecimento sobre o meio em que vivemos, que é possível e lógico reformular nosso padrão de vida. Consumir o que é necessário, repensando o significado de “necessário” – o que inclui a necessidade de processamento do alimento, que gasta energia, produtos químicos, embalagens, enfim. Afinal de contas, o debate sobre o meio ambiente emerge no século 21 como uma discussão sobre a qualidade de vida, não tratando apenas de rios poluídos e derramamento de petróleo, mas também da atual idéia de progresso – alta tecnologia aliada a uma postura consumista -, que não está conseguindo dar respostas satisfatórias à sociedade.
Nossa qualidade de vida aumentou ao termos menos tempo para fazer nossas refeições e, consequentemente, optarmos pelo caminho fácil de nos entupir de produtos menos saudáveis, mas mais rápidos? Ou, por outro lado: a entrada de classes mais pobres no consumo através de uma avalanche de carboidratos industrializados vendidos como status social na TV deve ser comemorada?
Postei aqui tempos atrás um trabalho do fotógrafo Peter Menzel e do jornalista Faith D’Alusio sobre as diferenças de dietas em diferentes lugares do mundo. Em Hungry Planet: What the World Eats (Planeta Faminto: O que o Mundo Come, Editora Ten Speed Press) mostram como se alimentam 30 famílias em 24 diferentes países. Da fome à obesidade, as fotos são um bom ponto de partida para a discussão sobre desigualdade social. No que pese os enormes avanços no combate à fome que ocorreram nos últimos anos, se a comparação fosse feita dentro das fronteiras do Brasil, a disparidade ainda seria grande, pois teimamos em encontrar quem não come como deveria por aqui. É claro, o que significa um gosto amargo a mais por estamos na mesma sociedade.
(Lembrando que US$ 1 = R$ 1,75.)
Alemanha: Família Melander
Gasto semanal com alimentação: US$ 500,07
Estados Unidos: Família Revis
Gasto semanal com alimentação: US$ 341,98
Itália: Família Manzo
Gasto semanal com alimentação: US$ 260,11
México: Família Casales
Gasto semanal com alimentação: US$ 189,09
Polônia: Família Sobczynscy
Gasto semanal com alimentação: US$ 151,27
Egito: Família Ahmed
Gasto semanal com alimentação: US$ 68,53
Equador: Família Ayme
Gasto semanal com alimentação: US$ 31,55
Butão: Família Namgay
Gasto semanal com alimentação: US$ 5,03
Chade: Família Aboubakar
Gasto semanal com alimentação: US$ 1,23

sábado, 14 de agosto de 2010

A MULTIMISTURA QUE SALVA...

Clara

PIONEIRA Há mais de três décadas Clara Brandão criou um composto alimentar que revolucionou a nutrição infantil.

A cena foi comovente..
O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura.
Era manhã da quinta-feira, 6 de maio.                          
A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de "multimistura".
Alencar marejou os olhos.
Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer.
Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim.
Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.
E o que a pediatra foi pedir ao vice-presidente?
Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças.
Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo.
Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros.
"O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura", lamenta Clara.
Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada.                                    
Hoje, ela trabalha no escuro.
"Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo", ironiza a pediatra.
Mas ela nem sempre viveu na escuridão.
Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 - período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.
Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT.
Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados.
Sem contar a economia:
"Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca", compara Clara.
Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco.
Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos.
Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava.
Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas.
Hoje, a multimistura é adotada por 15 países.
No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins.
Clara acredita que enfrenta adversários poderosos. (alguém tem alguma dúvida ???)            
Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble
"É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industrializada", ataca a pediatra.
A antiga Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança, a saudosa Zilda Arns, reconheceu que a multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil.
"A multimistura ajudou muito", diz.
"Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno."
"ISTO É" procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar.
"O multimistura é um programa que não existe mais", limitou-se a informar a assessoria de imprensa.

Clara2

Site do multimistura - http://www.multimistura.org.br/

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A maior empresa do país quer contratar você!

9/07/2010 - 10h00

A maior empresa do país quer contratar você!

William Douglas
Imagine se você recebesse um telegrama ou comunicado assim? “A maior empresa do país está interessada em você!”. Trata-se de uma empresa sólida, em crescimento, prestigiada internacionalmente e... oferecendo uma gama variada de benefícios e vantagens. O que você diria? Iria buscar mais informações? Iria fazer a entrevista?

A maior parte das pessoas sonha em receber um convite de uma grande empresa, de um banco, da Vale do Rio Doce, das empresas do Eike Batista, ou da Gerdau, ou quem sabe da Microsoft, Google ou Nike. Outros acham que não possuem um currículo que permita ter tais sonhos, ou que há gente demais postulando os melhores cargos e salários nessas empresas ou em qualquer outra.

Pois bem, a maior parte das pessoas também não sabe que o maior empreendimento, a maior empresa do país não é nenhuma destas. É o próprio país, ou melhor, o governo. Sim, esta é a maior estrutura e o maior projeto, qualquer que seja o critério de análise.

O conjunto dos entes estatais, nos 3 Poderes e nos 3 estamentos da Federação (União, Estados e Municípios) arrecada mais de um trilhão de reais por ano, emprega mais de 10 milhões de pessoas e está vivendo um momento de amplo e inegável crescimento.

Interessante perceber que todo ano são abertas mais de 300.000 vagas nessa grande empresa chamada “governo do Brasil”. São milhares de servidores se aposentando, falecendo ou simplesmente mudando de cargo dentro da estrutura, o que abre a vaga anteriormente ocupada. Eu mesmo, para dar um exemplo, exerci o cargo de Analista Judiciário do TRF (Tribunal Regional Federal) por oito meses e já saí para ser Delegado de Polícia no Rio de Janeiro, deixando a vaga de Analista novamente aberta. Depois saí desse cargo para ser Defensor Público e lá estava aberta mais uma vaga para o cargo de Delegado. E saí da Defensoria para ser Juiz Federal.

Ou seja, em minha jornada, terminei por “abrir” quatro vagas para quem vinha atrás, estudando como eu fizera antes. Como já sou o 9º. Juiz Federal mais antigo no Rio de Janeiro, em pouco tempo abrirei mais uma vaga para, quem sabe, você ocupar. E, se Deus permitir, a vaga de Desembargador Federal, só deixarei aberta quando finalmente me aposentar no mesmo TRF, onde comecei minha carreira pública, como serventuário.

Não bastassem essas vagas, todos os anos estão sendo criados novos cargos por lei, mercê do crescimento do país, da economia e da demanda por serviços públicos. E, vale anotar que o percentual de servidores públicos na PEA (População Economicamente Ativa) ainda está bem aquém do percentual de servidores em países mais desenvolvidos, o que indica a possibilidade de um aumento ainda mais expressivo de vagas.

Então, é isso: você já está avisado. Nós, do governo, queremos contratar você. Pagamos bem, não mandamos embora, damos status, aposentadoria, quase sempre um plano de saúde e respeitamos feriados, finais de semana e férias. Não demitimos quem engravida ou fica doente, e não discriminamos ninguém. Todos podem trabalhar conosco.

Ao contrário de empresas que prejudicam o meio ambiente ou a saúde, ou que são acusadas de explorarem os pobres ou praticar medidas questionáveis moralmente, nossa função é exatamente melhorar o país, cuidar do meio ambiente, do crescimento de todos. Enfim, trabalhamos para o bem comum.

Nossos salários são bastante atraentes e, se em alguns casos perdem para a iniciativa privada, ninguém permite tanta qualidade de vida e serviço ao próximo como nós.
E, repito, estamos interessados em contratar você.

Claro que um emprego com tantas vantagens não é fácil de obter. Nem conosco nem na Microsoft, ou na Petrobras, ou em qualquer outra empresa de ponta. Há muitos candidatos, mas queremos que você esteja entre eles.

Nossa seleção é muito interessante: fazemos provas onde toda e qualquer pessoa pode se inscrever, desde que tenha os requisitos mínimos. Não importa raça, cor, religião, sexo, opção sexual, aparência, origem social ou econômica ou idade, parentesco ou indicações. Nosso único requisito é a competência. Para nós, não há melhor “carta de recomendação” do que o que você mesmo responder nas provas que faremos com todos os interessados.

Avisamos com antecedência o que será exigido. Existem no mercado inúmeros professores, empresas, cursos, sites e editoras que preparam os candidatos. Mesmo assim, um grande número de aprovados estuda em casa, apenas com base nos programas das disciplinas que serão cobradas e que, repito, nós informamos com antecedência.

Enfim, o convite está feito. Venha trabalhar conosco!

Para maiores informações, consulte essa coluna regularmente. Aqui e também através de vários meios, você poderá descobrir uma das mais interessantes opções de carreira atualmente disponíveis no mercado.

William Douglas

William Douglas é juiz federal, professor universitário, escritor e conferencista.
Foi primeiro colocado em diversas seleções.
Site: www.williamdouglas.com.br/

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

NA ESCOLHA DE PRODUTOS, VC ESCOLHE APENAS PELO PREÇO OU VERIFICA A QUALIDADE E O PREÇO?

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Bem-vindos!

Sejam bem-vindos ao Blog onde procuraremos tratar das qualidades dos serviços e produtos, dentro de uma perspectiva crítica para melhorar a qualidade tanto do consumidor, com esclarecimentos, bem assim, em melhorar a forma de atuação e vendas das empresas, sejam elas fornecedoras de produtos ou serviços, mediante assessoria.
Este é um espaço democrático para as discussões acerca dos problemas vividos numa sociedade marcada pelo capitalismo selvagem praticado no Brasil, bem como pela sociedade consumista que nos tornamos.

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