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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Tributos na conta de luz dobram sob governo Lula

Enquanto o sistema tributário brasileiro, cuja máquina de arrecadação é uma das mais eficientes do mundo, tendo em vista o nosso equivocado modelo de tributação (antecipação, substituição e tributação regressiva - sobre os mais pobres), administrada com mão de ferro pela Super Receita, representar para os políticos e administradores públicos a certeza eterna de que não lhes faltará dinheiro para o descaso, gastos, desperdícios e corrupção, jamais se encerrará a farra com o dinheiro público, oriundo do esforço, sacrifício e renda do contribuinte brasileiro.
Carecemos de uma urgente reforma tributária e da participação ativa da população para compreender esse fenômeno e repudiar o atual sistema brasileiro, que nos empobrece a cada dia, enriquece a poucos e permite aos políticos a farra e a irresponsabilidade com o dinheiro público.
Em nenhum lugar do mundo se vê o contra-senso que se pratica no Brasil: excelente arrecadador (antecipação tributária) e grandioso perdulário, gastador.
A administração pública precisa compreender que, a exemplo do países eficientes, que ela precisa mudar de prática, para não só ser eficiente na arrecadação, mas ESPECIALMENTE no gasto da receita, a fim de que haja economia e poupança das verbas públicas.
Do contrário, nunca sairemos de ciclo vicioso.
JD



O peso dos tributos federais na conta de energia dobrou nos oito anos do governo Lula. A cada R$ 100 pagos em 2002, quase R$ 7 iam para a Receita Federal. Agora, em uma conta no mesmo valor, a fatia é de R$ 14.
O aumento dos tributos federais só não foi ainda maior porque nesse período a CPMF, que tinha peso de meio ponto percentual na conta, foi extinta.

A carga tributária total do setor elétrico saltou de 35,9%, em 2002, para 45% em 2008, segundo estudo da PricewaterhouseCoopers e do Instituto Acende Brasil.
Nesse período, a arrecadação cresceu 115%, ao passar de R$ 21,4 bilhões para R$ 46,2 bilhões -resultado de mais de 20 tributos e encargos sociais e setoriais.
"É um abuso arrecadatório. O setor elétrico virou um varal onde se pendura todo tipo de encargo", diz o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales.
Todos os tributos tiveram aumento de participação na fatura de energia, mas o maior peso recai sobre o PIS/Pasep e a Cofins, cujo regime de cobrança mudou entre 2002 e 2004.
"Antes era 3,65% em toda a cadeia de forma cumulativa. Mudou para incidência não cumulativa. Teoricamente, era para ser melhor, mas acabou subindo para 9,25% do total", diz Sales.
Durante a campanha, a presidente eleita, Dilma Rousseff, prometeu acabar com o PIS/Cofins sobre o setor elétrico, de saneamento e também transportes.
Mas a Folha apurou que no governo essa hipótese é considerada inviável, pois poria em risco o equilíbrio das contas. Isso porque os dois tributos são recordistas em crescimento de arrecadação em 2010, com alta de 18% sobre o ano anterior, em média. E respondem por 33,83% do total de tributos administrados pela Receita.




JUSTIÇA
A cobrança do PIS/Cofins no setor elétrico foi questionada judicialmente, mas em setembro o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decidiu pela legalidade da cobrança.
Consumidores questionaram o repasse às faturas. Para eles, as concessionárias deveriam absorver sozinhas o aumento do custo com a mudança do regime de tributação. Se as empresas de energia perdessem a disputa, teriam de devolver cerca de R$ 27,5 bilhões aos clientes.
Mas não só os tributos federais pesaram no bolso do consumidor de energia elétrica. Cerca de 14 encargos, exclusivos do setor, estão embutidos nos preços da energia elétrica.
Alguns deles já deveriam ter sido extintos, mas foram prorrogados. A RGR (Reserva Global de Reversão), por exemplo, já foi estendida uma vez e a previsão é que acabe no fim deste ano. Como financia o programa Luz Para Todos, que foi prorrogado para o próximo ano, deverá ser estendida também.
Outro exemplo é a CCC (Conta do Consumo de Combustível), usada para subsidiar a tarifa da região Norte, onde a geração é térmica. Em vez de ser extinta, a cobrança praticamente dobrou de 2009 para 2010.
Outro fator que tem impacto nas tarifas é o custo do sistema de transmissão, que cresceu 500% em dez anos. Esse foi o preço para expandir a malha nacional, já que em 2001 o Brasil sofreu um "apagão" porque não tinha transmissão suficiente para trazer energia do Sul para o Sudeste.

13º das classes D e E supera valor do Bolsa Família de 2011, diz pesquisa

Recursos do 13º para essa fatia da população somam R$ 17,473 bilhões
De pouco mais de R$ 102 bilhões que serão injetados na economia nesse ano por decorrência do pagamento do 13º salário, R$ 64,821 bilhões serão destinados às classes C, D e E. Apenas para as classes D e E, esses recursos devem somar R$ 17,473 bilhões, segundo pesquisa do instituto Data Popular.

Essa massa de recursos supera o valor anual previsto para o programa Bolsa Família no orçamento de 2011, de R$ 13,4 bilhões, de acordo com o instituto.

Uso dos recursos

O levantamento aponta que, do total de recursos injetados na economia pelo pagamento do 13º salário, quase R$ 42 bilhões devem servir para saldar dívidas. Cerca de R$ 39 bilhões serão usados na compra de produtos, R$ 12 bilhões para o pagamento de despesas em geral e R$ 9 bilhões serão investidos.

Considerando apenas os R$ 64 bilhões recebidos pelas classes C, D e E, o pagamento de dívidas também é prioridade: R$ 26,70 bilhões (41%) serão usados para pagar contas antigas, enquanto as compras vão absorver R$ 24,80 bilhões, ou 38% dos recursos.

Entre as classes D e E, as roupas lideram na intenção de compras: 83% pretendem gastar com itens de vestuário. Os telefones celulares aparecem em seguida, com 36%, e computadores e acessórios, com29%.

O Data Popular ouviu 5 mil pessoas em todo o país durante o segundo semestre de 2010.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Consumidor, não pense duas vezes, dê o troco

Consumidor, não pense duas vezes, dê o troco


Trago à tona, novamente, uma sugestão ótima contra os prestadores de serviço e fornecedores que nos fazem sofrer com um comportamento mequetrefe: não deixe barato, dê o troco. Esse negócio de “dar a outra face” é muito cristão e, convenhamos, vivemos em um Estado laico – sem ressentimentos, é claro. Nessa hora, temos que deixar ruminar o que está lá dentro do estômago. Sim, você que é tratado como gado, não precisa ficar bovinamente sorrindo enquanto lhe passam a perna.
Bancos, companhias telefônicas, planos de saúde… Dou algumas sugestões de amigos que trabalham neles. Formas de reduzir os lucros dessas empresas e poupar o seu dinheiro (ou só reduzir os lucros delas…) – coisas que podemos fazer para ajudar a tornar um inferno a vida dos que tornam nossa vida um inferno. Não é vingança, não é castigo, não é Lei de Talião. Considere apenas como um remedinho humilde para ajudar a economia a forçar para fora do jogo aqueles que não sabem brincar usando regras mínimas. Além de ser ótimo para desopilar o fígado.
1-) Caso o seu plano de saúde negue um exame previsto no contrato (isso acontece com todo mundo a toda hora), dê o telefone do setor responsável para o seu médico e peça para ele exigir o número do registro no CRM e o nome da pessoa que está negando o pedido. Amigos médicos disseram que sempre que fizeram isso, o plano de saúde voltou atrás e enviou pouco tempo depois a autorização. Poucos são os funcionários de seguros de saúde que encarariam um processo em nome da companhia em caso de problemas decorrentes da não concessão de um exame.
2-) Poucas pessoas olham com atenção o extrato bancário e a fatura do cartão de crédito. Procurem débitos de baixo valor, de quatro, cinco centavos, escondidos em nomes estranhos (tome cuidado: lembre-se que motéis também vêm com nome estranho na fatura…) Pessoas que trabalham na administração de bancos explicam que há instituições financeiras que costumam tungar na cara dura os clientes em cobranças ilegais minúsculas. Quando são pegos em flagrante, estornam os recursos. Vocês vão dizer: “Quatro centavos, japonês? Abre o olho! Eu tenho mais o que fazer”. Sim, se fosse uma moeda no chão não vale a caloria do abdominal que você queima para abaixar e pegar. Mas imagine quantas contas uma operadora de cartão tem? E quanto ela ganha com a falha na Matrix todos os meses?
3-) Você verifica se todos seus pontos/milhas são computados regularmente e na quantidade certa no seu programa de fidelização aérea? Não? Pois deveria…
4-) De tempos em tempos, ligue para sua central de atendimento ameaçando o cancelamento dos cartões. Há várias promoções e benefícios que são apresentados ao cliente apenas quando ele está de saída, para convencê-lo a ficar. Todos já conhecem a oferta pela isenção de anuidade, mas quantos já conseguiram a redução drástica da taxa de juros cobrada? Eu sei de gente que conseguiu.
5-) Você acredita no peso de todos os produtos que compra no mercado? Sim? Pois não deveria…
6-) Todos conhecem os programas de voz sobre IP, como o Skype, e suas ferramentas de ligação para telefone fixo, como Skype out. Mas nem todos sabem que há programas que fazem ligação gratuita e ilimitada para telefone fixo. Ou seja, se você mora no Rio de Janeiro e tem uma namorada em Natal, dá para ligar para o telefone fixo dela e ficar quanto tempo que quiser conversando de graça. Carregando com uma quantidade de euros (para garantir ligações para celulares) você pode ficar meses falando de graça. Muitas empresas que prestam serviços para companhias telefônicas usam esses programas. Ou seja, quem está “dentro” prefere esses serviços. Nos Estados Unidos as operadoras de telefone já começaram a reduzir tarifas para fazer frente a esse admirável mundo novo.
7 -) Neste link , você encontra a lista das fazendas e empregadores que usaram trabalho escravo. Faça uma experiência: leve-a ao seu mercado de preferência e peça para te informarem a procedência da carne antes de comprar. Diga que você não financia quem usa escravo, que você quer o nome da fazenda e do produtor, que o Código de Defesa do Consumidor te dá esse direito. Se eles não tiverem, rode a baiana com o gerente. Se for uma grande rede de supermercados, use a política do constrangimento total, sem piedade. Expressões como “irresponsável”, “vergonha”, “lucro fácil”, “meu Deus, isso é um absurdo!”, “em pleno século 21!”, “o Datena sabe disso?” podem ser largamente utilizadas que ainda estarão dentro dos padrões de etiqueta.
8 -) Vá à Justiça sem pensar duas vezes. Não aceite presentinho, pedidos de desculpas, acordos que prevêem apenas a solução do problema. Exija indenização pela perda de tempo, de dinheiro, de dignidade, de humor. Não precisa ser muito, os tribunais de pequenas causas dão conta do recado. Se cada um que tomar uma na cabeça deixar de moleza e ir à luta, as coisas mudam. Duvido que as empresas não passem a ter um pouco mais de respeito com o cidadão. Não porque eles não conseguirão um acordo em várias delas, mas porque terão que gastar dezenas de horas de advogados com isso. E se você não quiser ficar com o dinheiro (há), há vários orfanatos e asilos que ficariam muito felizes com uma doação.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Reciclando… Rainhas do Lar

Solução interessante, prática e sem gastos a mais

Ideia de reciclagem

Tampinhas de garrafas para fechar saquinhos de mantimentos
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Minha casa produz uma grande quantidade de lixo reciclável, principalmente por conta das garrafinhas de água com gás, consumidas pelo marido que é v.i.c.i.a.d.o nelas. Eu coloco-as sempre para reciclagem, claro, mas aí recebi um e-mail da leitora Luiza Conti com uma ideia pra lá de boa, olha só...
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Aproveitar as tampas de garrafas plásticas para fechar saquinhos de mantimentos na despensa. Não é genial? ;)
A princípio achei que só iria funcionar com os saquinhos mais finos, daqueles que a gente tem em casa, geralmente em rolos e que são usados para congelamentos e etc. Mas testei com as próprias embalagens e, apesar de ficar um pouco mais difícil pra fechar, ainda assim funciona perfeitamente - e você não gasta saquinho e ainda mantêm as informações que precisa da embalagem, como a data de vencimento por exemplo.
Adorei, Luiza! Obrigada por compartilhar a ideia batuta com a gente, viu?
E ah! Embora eu tenha encontrado diversas referências a essa ideia na net, não consegui detectar qual a fonte original, inclusive das imagens. Se alguém souber é só avisar, ok?

sábado, 28 de agosto de 2010

O Brasil mais gordo é um país mais feliz?

O Brasil mais gordo é um país mais feliz?

11 Comentários »
A Pesquisa de Orçamentos Familiares do IBGE apontou que 50,1% dos homens e 48% das mulheres estão com excesso de peso (na década de 70, o índice era de 18,5% e 28,7%, respectivamente). Enquanto isso, 12,5% dos homens e 16,9% das mulheres são obesos. Estamos comendo mais industrializados (bolachas, comida pronta, refrigerantes) no lugar de alimentos tradicionais (arroz, feijão, vegetais). Isso, aliado ao excesso de sedentarismo, é uma bomba relógio.
Estamos nos tornando cada vez mais, para a alegria de muitos, uma sociedade parecida com a norte-americana quanto aos hábitos de alimentação – lá os índices de obesidade entre a população adulta são alarmantes. É o nosso mundo novo, admirável, gordo, que vem semi-pronto para comer.
É claro que isso causa efeito colaterais além dos pneus de gordura e das veias entupidas de colesterol. Apesar das propagandas pregarem o contrário (e viva a liberdade de expressão sem responsabilidade…), não há recursos naturais suficientes para a universalização do estilo de vida norte-americano, já adotado de forma cega por nós e pelas classes abastadas das demais metrópoles mundiais e que vai ganhando membros com o crescimento econômico. Se consumindo o que a gente já consome, o planeta está desse jeito, imaginem se todos os habitantes da Terra tivessem um padrão de consumo desnecessariamente alto, próximo daquele dos Estados Unidos pré-crise? O colapso ambiental e social viria muito antes do que imaginamos.
Como já disse aqui, não estou defendendo que nos organizemos em comunidades isoladas, cultivemos juta para fiar nossas roupas, boldo e pariparoba para garantir uma reserva médica e restrinjamos nosso lazer a cânticos cumbaiá em torno de fogueiras. Avançamos tecnologicamente e nos beneficiamos disso – por mais que esse “progresso” seja doloroso. E é exatamente por isso, pelo acúmulo de conhecimento sobre o meio em que vivemos, que é possível e lógico reformular nosso padrão de vida. Consumir o que é necessário, repensando o significado de “necessário” – o que inclui a necessidade de processamento do alimento, que gasta energia, produtos químicos, embalagens, enfim. Afinal de contas, o debate sobre o meio ambiente emerge no século 21 como uma discussão sobre a qualidade de vida, não tratando apenas de rios poluídos e derramamento de petróleo, mas também da atual idéia de progresso – alta tecnologia aliada a uma postura consumista -, que não está conseguindo dar respostas satisfatórias à sociedade.
Nossa qualidade de vida aumentou ao termos menos tempo para fazer nossas refeições e, consequentemente, optarmos pelo caminho fácil de nos entupir de produtos menos saudáveis, mas mais rápidos? Ou, por outro lado: a entrada de classes mais pobres no consumo através de uma avalanche de carboidratos industrializados vendidos como status social na TV deve ser comemorada?
Postei aqui tempos atrás um trabalho do fotógrafo Peter Menzel e do jornalista Faith D’Alusio sobre as diferenças de dietas em diferentes lugares do mundo. Em Hungry Planet: What the World Eats (Planeta Faminto: O que o Mundo Come, Editora Ten Speed Press) mostram como se alimentam 30 famílias em 24 diferentes países. Da fome à obesidade, as fotos são um bom ponto de partida para a discussão sobre desigualdade social. No que pese os enormes avanços no combate à fome que ocorreram nos últimos anos, se a comparação fosse feita dentro das fronteiras do Brasil, a disparidade ainda seria grande, pois teimamos em encontrar quem não come como deveria por aqui. É claro, o que significa um gosto amargo a mais por estamos na mesma sociedade.
(Lembrando que US$ 1 = R$ 1,75.)
Alemanha: Família Melander
Gasto semanal com alimentação: US$ 500,07
Estados Unidos: Família Revis
Gasto semanal com alimentação: US$ 341,98
Itália: Família Manzo
Gasto semanal com alimentação: US$ 260,11
México: Família Casales
Gasto semanal com alimentação: US$ 189,09
Polônia: Família Sobczynscy
Gasto semanal com alimentação: US$ 151,27
Egito: Família Ahmed
Gasto semanal com alimentação: US$ 68,53
Equador: Família Ayme
Gasto semanal com alimentação: US$ 31,55
Butão: Família Namgay
Gasto semanal com alimentação: US$ 5,03
Chade: Família Aboubakar
Gasto semanal com alimentação: US$ 1,23

sábado, 14 de agosto de 2010

A MULTIMISTURA QUE SALVA...

Clara

PIONEIRA Há mais de três décadas Clara Brandão criou um composto alimentar que revolucionou a nutrição infantil.

A cena foi comovente..
O vice-presidente José Alencar preparava-se para plantar uma árvore em Brasília quando foi abordado por uma nissei de 65 anos e 1,60 m de altura.
Era manhã da quinta-feira, 6 de maio.                          
A mulher começou a mostrar fotografias de crianças esqueléticas, brasileiros com silhueta de etíopes, mas que tinham sido recuperadas com uma farinha barata e acessível, batizada de "multimistura".
Alencar marejou os olhos.
Pobre na infância no interior de Minas, o vice não conseguiu soltar uma palavra sequer.
Apenas deu um longo e apertado abraço naquela mulher, a pediatra Clara Takaki Brandão. Foi ela quem criou a multimistura, composto de farelos de arroz e trigo, folha de mandioca e sementes de abóbora e gergelim.
Foi esta fórmula que, nas últimas três décadas, revolucionou o trabalho da Pastoral da Criança, reduzindo as taxas de mortalidade infantil no País e ajudando o Brasil a cumprir as Metas do Milênio.
E o que a pediatra foi pedir ao vice-presidente?
Que não deixasse o governo tirar a multimistura da merenda das crianças.
Mais do que isso, ela pediu que o composto fosse adotado oficialmente pelo governo.
Clara já tinha feito o mesmo pedido ao ministro da Saúde, José Gomes Temporão - mas ele optou pelos compostos das multinacionais, bem mais caros.
"O Temporão disse que não é obrigado a adotar a multimistura", lamenta Clara.
Há duas semanas a energia elétrica da sala de Clara dentro do prédio do Ministério da Saúde foi cortada.                                    
Hoje, ela trabalha no escuro.
"Já me avisaram que agora eu estou clandestina dentro do governo", ironiza a pediatra.
Mas ela nem sempre viveu na escuridão.
Prova disso é que, na semana passada, o governo comemorou a redução de 13% nos óbitos de crianças entre os anos de 1999 e 2004 - período em que a multimistura tinha se propagado para todo o País.
Desde 1973, quando chegou à fórmula do composto, Clara já levou sua multimistura para quase todos os municípios brasileiros, com a ajuda da Pastoral da Criança, reduto do PT.
Os compostos da multimistura têm até 20 vezes mais ferro e vitaminas C e B1 em relação à comida que se distribui nas merendas escolares de municípios que optaram por comprar produtos industrializados.
Sem contar a economia:
"Fica até 121% mais caro dar o lanche de marca", compara Clara.
Quando ela começou a distribuir a multimistura em Santarém, no Pará, 70% das crianças estavam subnutridas e os agricultores da região usavam o farelo de arroz como adubo para as plantas e como comida para engordar porco.
Em 1984, o Unicef constatou aumento de 220% no padrão de crescimento dos subnutridos.
Dessa época, Clara guarda o diário de Joice, uma garotinha de dois anos e três meses que não sorria, não andava, não falava.
Com a multimistura, um mês depois Joice começou a sorrir e a bater palmas.
Hoje, a multimistura é adotada por 15 países.
No Brasil só se transformou em política pública em Tocantins.
Clara acredita que enfrenta adversários poderosos. (alguém tem alguma dúvida ???)            
Segundo ela, no governo, a multimistura começou a ser excluída da merenda escolar para abrir espaço para o Mucilon, da Nestlé, e a farinha láctea, cujo mercado é dividido entre a Nestlé e a Procter & Gamble
"É uma política genocida substituir a multimistura pela comida industrializada", ataca a pediatra.
A antiga Coordenadora Nacional da Pastoral da Criança, a saudosa Zilda Arns, reconheceu que a multimistura foi importante para diminuir os índices de desnutrição infantil.
"A multimistura ajudou muito", diz.
"Mas só ela não é capaz de dizimar a anemia; também se deve dar importância ao aleitamento materno."
"ISTO É" procurou as autoridades do Ministério da Saúde ao longo de toda a semana, mas nenhuma delas quis se pronunciar.
"O multimistura é um programa que não existe mais", limitou-se a informar a assessoria de imprensa.

Clara2

Site do multimistura - http://www.multimistura.org.br/

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A maior empresa do país quer contratar você!

9/07/2010 - 10h00

A maior empresa do país quer contratar você!

William Douglas
Imagine se você recebesse um telegrama ou comunicado assim? “A maior empresa do país está interessada em você!”. Trata-se de uma empresa sólida, em crescimento, prestigiada internacionalmente e... oferecendo uma gama variada de benefícios e vantagens. O que você diria? Iria buscar mais informações? Iria fazer a entrevista?

A maior parte das pessoas sonha em receber um convite de uma grande empresa, de um banco, da Vale do Rio Doce, das empresas do Eike Batista, ou da Gerdau, ou quem sabe da Microsoft, Google ou Nike. Outros acham que não possuem um currículo que permita ter tais sonhos, ou que há gente demais postulando os melhores cargos e salários nessas empresas ou em qualquer outra.

Pois bem, a maior parte das pessoas também não sabe que o maior empreendimento, a maior empresa do país não é nenhuma destas. É o próprio país, ou melhor, o governo. Sim, esta é a maior estrutura e o maior projeto, qualquer que seja o critério de análise.

O conjunto dos entes estatais, nos 3 Poderes e nos 3 estamentos da Federação (União, Estados e Municípios) arrecada mais de um trilhão de reais por ano, emprega mais de 10 milhões de pessoas e está vivendo um momento de amplo e inegável crescimento.

Interessante perceber que todo ano são abertas mais de 300.000 vagas nessa grande empresa chamada “governo do Brasil”. São milhares de servidores se aposentando, falecendo ou simplesmente mudando de cargo dentro da estrutura, o que abre a vaga anteriormente ocupada. Eu mesmo, para dar um exemplo, exerci o cargo de Analista Judiciário do TRF (Tribunal Regional Federal) por oito meses e já saí para ser Delegado de Polícia no Rio de Janeiro, deixando a vaga de Analista novamente aberta. Depois saí desse cargo para ser Defensor Público e lá estava aberta mais uma vaga para o cargo de Delegado. E saí da Defensoria para ser Juiz Federal.

Ou seja, em minha jornada, terminei por “abrir” quatro vagas para quem vinha atrás, estudando como eu fizera antes. Como já sou o 9º. Juiz Federal mais antigo no Rio de Janeiro, em pouco tempo abrirei mais uma vaga para, quem sabe, você ocupar. E, se Deus permitir, a vaga de Desembargador Federal, só deixarei aberta quando finalmente me aposentar no mesmo TRF, onde comecei minha carreira pública, como serventuário.

Não bastassem essas vagas, todos os anos estão sendo criados novos cargos por lei, mercê do crescimento do país, da economia e da demanda por serviços públicos. E, vale anotar que o percentual de servidores públicos na PEA (População Economicamente Ativa) ainda está bem aquém do percentual de servidores em países mais desenvolvidos, o que indica a possibilidade de um aumento ainda mais expressivo de vagas.

Então, é isso: você já está avisado. Nós, do governo, queremos contratar você. Pagamos bem, não mandamos embora, damos status, aposentadoria, quase sempre um plano de saúde e respeitamos feriados, finais de semana e férias. Não demitimos quem engravida ou fica doente, e não discriminamos ninguém. Todos podem trabalhar conosco.

Ao contrário de empresas que prejudicam o meio ambiente ou a saúde, ou que são acusadas de explorarem os pobres ou praticar medidas questionáveis moralmente, nossa função é exatamente melhorar o país, cuidar do meio ambiente, do crescimento de todos. Enfim, trabalhamos para o bem comum.

Nossos salários são bastante atraentes e, se em alguns casos perdem para a iniciativa privada, ninguém permite tanta qualidade de vida e serviço ao próximo como nós.
E, repito, estamos interessados em contratar você.

Claro que um emprego com tantas vantagens não é fácil de obter. Nem conosco nem na Microsoft, ou na Petrobras, ou em qualquer outra empresa de ponta. Há muitos candidatos, mas queremos que você esteja entre eles.

Nossa seleção é muito interessante: fazemos provas onde toda e qualquer pessoa pode se inscrever, desde que tenha os requisitos mínimos. Não importa raça, cor, religião, sexo, opção sexual, aparência, origem social ou econômica ou idade, parentesco ou indicações. Nosso único requisito é a competência. Para nós, não há melhor “carta de recomendação” do que o que você mesmo responder nas provas que faremos com todos os interessados.

Avisamos com antecedência o que será exigido. Existem no mercado inúmeros professores, empresas, cursos, sites e editoras que preparam os candidatos. Mesmo assim, um grande número de aprovados estuda em casa, apenas com base nos programas das disciplinas que serão cobradas e que, repito, nós informamos com antecedência.

Enfim, o convite está feito. Venha trabalhar conosco!

Para maiores informações, consulte essa coluna regularmente. Aqui e também através de vários meios, você poderá descobrir uma das mais interessantes opções de carreira atualmente disponíveis no mercado.

William Douglas

William Douglas é juiz federal, professor universitário, escritor e conferencista.
Foi primeiro colocado em diversas seleções.
Site: www.williamdouglas.com.br/

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Militar resgata filhote de cão chutado como bola no Afeganistão


29 de julho de 2010  07h24  atualizado às 09h46

Filhote de cachorro foi resgatado depois de ser chutado como bola por grupo de crianças no Afeganistão Foto: Nowzad Dogs/BBC Brasil
Filhote de cachorro foi resgatado depois de ser chutado como bola por grupo de crianças no Afeganistão
Foto: Nowzad Dogs/BBC Brasil

Um filhote de cachorro com apenas alguns dias de vida foi resgatado por uma militar britânica no Afeganistão que o viu ser chutado como uma bola de futebol por um grupo de crianças. Segundo a médica militar Sarah Marriott, 30 anos, o cão era do tamanho de sua mão quando ela o resgatou, há seis meses, durante uma patrulha a pé na província de Hellmand.
Ela diz que o dono do filhote havia pedido aos meninos que o afogassem, porque ele não o queria. Em sua descrição, as crianças tratavam o cachorro como um brinquedo.
A soldado diz que quando o encontrou, o cão estava em um estado tão precário que ela achou que ele não conseguiria sobreviver. Marriott levou o cão à sua base e conseguiu recuperá-lo graças a uma dieta de mingau de aveia e apresuntado enlatado, além de muito carinho.
Transporte
Após seis meses de tratamento, ela conseguiu que a organização de proteção dos animais Nowzad Dogs o transportasse de avião para a Grã-Bretanha. O filhote foi batizado de Reorg, que é um jargão militar para descrever uma sessão de análise de uma operação após sua execução.

Reorg foi levado à Grã-Bretanha no compartimento de carga de um avião, ao custo de 3.500 libras (cerca de R$ 9,6 mil) e está em quarentena em um canil na região de Devon, no oeste do país. Assim que o cachorro for liberado da quarentena, Marriott pretende entregá-lo a parentes para que cuidem dele.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

QUINO E OS VALORES DO SÉCULO XXI.

Quino, cartunista argentino autor de “Mafalda”, desiludido com o rumo do século no que diz respeito a valores humanos.

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terça-feira, 20 de julho de 2010

NORMOSE

"NORMOSE"
(a doença de ser normal)
Todo mundo quer se encaixar num padrão.

Só que o padrão propagado não é exatamente fácil de alcançar.

O sujeito "normal" é magro, alegre, belo, sociável, e bem-sucedido.

Bebe socialmente, está de bem com a vida, não pode parecer de forma alguma que está passando por algum problema.

Quem não se "normaliza", quem não se encaixa nesses padrões, acaba adoecendo.

A angústia de não ser o que os outros esperam de nós gera bulimias, depressões, síndromes do pânico e outras manifestações de não enquadramento.

A pergunta a ser feita é: quem espera o quê de nós?

Quem são esses ditadores de comportamento que "exercem" tanto poder sobre nossas vidas?

Nenhum João, Zé ou Ana bate à sua porta exigindo que você seja assim ou assado.

Quem nos exige é uma coletividade abstrata que ganha "presença" através de modelos  e comportamento amplamente divulgados.

A normose não é brincadeira.

Ela estimula a inveja, a auto-depreciação e a ânsia de querer ser o que não se precisa ser.

Você precisa de quantos pares de sapato? Comparecer em quantas festas por mês?

Pesar quantos quilos até o verão chegar?

Então, como aliviar os sintomas desta doença?

Um pouco de auto-estima basta.

Pense nas pessoas que você mais admira: não são as que seguem todas as regras bovinamente, e sim, aquelas que desenvolveram personalidade própria e arcaram com os riscos de viver uma vida a seu modo.

Criaram o seu "normal" e jogaram fora a fórmula, não patentearam, não passaram adiante.

O normal de cada um tem que ser original.

Não adianta querer tomar para si as ilusões e desejos dos outros. É fraude.

E uma vida fraudulenta faz sofrer demais.

Eu simpatizo cada vez mais com aqueles que lutam para remover obstáculos mentais e emocionais e tentam viver de forma mais íntegra, simples e sincera.

Para mim são os verdadeiros normais, porque não conseguem colocar máscaras ou simular situações.

Se parecem sofrer, é porque estão sofrendo.

E se estão sorrindo, é porque a alma lhes é iluminada.

Por isso divulgue o alerta: a normose está doutrinando erradamente muitos homens e mulheres que poderiam, se quisessem, ser bem mais autênticos e felizes.

Michel Schimidt
Psicoterapeuta

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Pesquisa aponta que metade dos homens não acham atraentes mulheres tatuadas

Da Redação. Publicado em 13/07/2010 12h54



Uma pesquisa realizada com a população britânica mostrou que pessoas tatuadas já não são mais tão bonitas – pelo menos é o que metade dos ingleses acham.
Apesar da popularização da tatuagem, o gesto já caiu no lugar-comum: ao perguntar sobre as tatuagens do jogadorDavid Beckham, 74% dos entrevistados com menos de 30 anos disseram que o craque exagerou na quantidade de imagens no corpo.
Os homens parecem ser mais resistentes do que as mulheres: 47% dos entrevistados acham que tatuagens em mulher não são atraentes, enquanto 38% das entrevistadas não gostam dos tatuados. A pesquisa foi realizada na Inglaterra com 1000 pessoas de ambos os sexos e com idades entre 16 e 44 anos.

 
47% dos entrevistados acham que tatuagens em mulher não são atraentes

quinta-feira, 20 de maio de 2010

PROPAGANDA DO CITYBANK!

Campanha publicitária do Citibank espalhada pela cidade de São Paulo através de Outdoors:

"Crie filhos em vez de herdeiros."

"Dinheiro só chama dinheiro, não chama para um cineminha, nem para tomar um sorvete."

"Não deixe que o trabalho sobre sua mesa tampe a vista da janela."

"Não é justo fazer declarações anuais ao Fisco e nenhuma para quem você ama."

"Para cada almoço de negócios, faça um jantar à luz de velas."

"Por que as semanas demoram tanto e os anos passam tão rapidinho?"

"Quantas reuniões foram mesmo nesta semana? Reúna os amigos."

"Trabalhe, trabalhe, trabalhe. Mas não se esqueça, vírgulas significam pausas..."

"... e quem sabe assim você seja promovido a melhor (amigo/pai/mãe/filho/filha/namorada/namorado/marido/esposa/irmão/irmã.... etc.) do mundo!"

"Você pode dar uma festa sem dinheiro. Mas não sem amigos."

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Só o Procon segura a Toyota

Promotor determina a suspensão das vendas do Corolla por concessionárias do estado de Minas Gerais a partir de amanhã até que a marca jogue limpo com consumidores
Daniel Camargos (Estado de Minas)
A partir de amanhã, nenhuma concessionária Toyota de Minas Gerais pode vender o Corolla, que também não poderá ser emplacado pelo Detran. A proibição foi determinada ontem pelo promotor de justiça de defesa do consumidor do Procon Estadual, Amauri Artimos da Matta. Depois de duas audiências realizadas pela Comissão de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Assembléia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o promotor considerou que a Toyota criou um risco desnecessário para o consumidor, já que, segundo a própria marca, o tapete pode prender e disparar o pedal do acelerador. Além disso, o fabricante não informa de maneira adequada o consumidor sobre o risco. A decisão administrativa cautelar do Ministério Público também cita os diversos relatos de aceleração espontânea do carro já publicados no Estado de Minas.
O problema ocorre paralelo a uma crise imensa na história da marca, que é pivô do maior recall da história da indústria automotiva, com cerca de nove milhões de unidades convocadas, principalmente, nos Estados Unidos (veja quadro). No resto do mundo, a Toyota também foi obrigada a fazer um recall para uma substituição do tapete no ano passado, mas como o problema não foi resolvido outro recall foi feito — em janeiro deste ano — para substituição do pedal do acelerador, porém, continuam a surgir relatos de casos de aceleração involuntária mesmo após a substituição dos componentes.
“Ainda vem sendo investigado se não existe um outro fator, mas tudo indica que há outro problema. A ação feita pelo Procon é urgente e trabalhei com os dados que tinha no momento”, afirma o promotor, que notificou as 12 concessionárias do estado, além do fabricante. Se alguma delas vender algum Corolla, será aberto um processo administrativo, que pode acarretar em multa que vai de R$ 300 a R$ 3 milhões.
O promotor Amauri Artimos da Matta explica que o artigo oitavo do Código de Defesa do Consumidor deixa claro que, em casos de produtos que oferecem risco, é necessário prestar informações ostensivas. Porém, a Toyota informa no manual sobre os riscos do tapete e os problemas de fixação, mas somente em outubro do ano passado passou a costurar uma etiqueta no tapete com a orientação. “Todos os Corollas vendidos próximo do fim do ano passado estão sem alerta ou informação sobre riscos que podem causar”, alerta o promotor.
Além de ouvir os representantes da Toyota na audiência na ALMG, no início de deste mês, o promotor determinou que equipes do Procon fossem até as concessionárias, passando-se por consumidores, na busca de informações sobre um Corolla e também das questões de segurança. As equipes foram frustradas, segundo o promotor, pois os concessionários estavam totalmente despreparados e sem nenhuma informação, apesar da marca enfrentar uma imensa crise mundial.
A ação pode ser retirada quando a Toyota adotar as medidas determinadas pelo Procon, que são: informar com clareza os riscos do produto e substituir os tapetes que já estão no mercado por produtos seguros além de melhorar o processo de fixação. A Toyota foi procurada, mas não informou — até o fechamento da edição — qual atitude tomará.
ENTENDA O CASO
No resto do mundo
Nos EUA aconteceram acidentes, inclusive vários com mortes, devido a aceleração involuntária. Primeiramente, a Toyota afirmou que o problema era o tapete, que prendia o pedal do acelerador e fez o recall do tapete.
- Depois, fez um recall alegando que o problema também poderia ser motivado por falha no acelerador.
- As vendas de oito modelos chegaram a ser suspensas até ser encontrada uma solução.
- O recall se estendeu para a Europa e China.
- Outro problema, dessa vez no freio, atingiu os modelos híbridos da marca, também gerando um recall.
- James Lentz, diretor de operações da Toyota nos EUA, admite que os recalls do pedal do acelerador não foram suficientes e que o problema pode ter origem eletrônica.
- NHTSA informa que dezenas de carros que passaram pelo recall voltaram a apresentar problemas.
- NHTSA solicita ajuda da Nasa para tentar resolver o problema
- NHTSA aplica multa de US$ 16,4 milhões pela  demora em assumir o defeito
No Brasil
- A Toyota do Brasil nega a possibilidade de aceleração involuntária.
- A empresa argumenta que o pedal utilizado aqui  (Denso) é diferente dos problemáticos (CTS).
- Atribui o problema em cinco dos 10 casos noticiados pelo Estado Minas a falhas de fixação no tapete.
- Nos outros cinco casos, não explicou a origem do problema, sendo que um desses o carro teve perda total.
- A Toyota também não convocou um recall para o tapete que apresenta falhas de fixação, apesar de reconhecer o problema com os consumidores.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Conversões, perversões e reconversões

Rodrigo de Lima Ferreira

O que é conversão? Segundo os estudiosos em teologia sistemática, especialmente os que se dedicam ao estudo da soteriologia (a parte da teologia que estuda a questão da salvação), a conversão é um evento único na vida de uma pessoa, distinguindo- se da santificação, que é um processo que leva toda a vida. A conversão é um impacto que faz o sujeito mudar sua rota por meio do arrependimento e da fé. Bom, foi isso que estudei lendo Berkhof (para a tristeza dos liberais), apesar de não ter concordado com tudo o que esse teólogo escreveu (para a tristeza dos fundamentalistas) .
Conversão, portanto, é um processo individual, nunca coletivo. Mas, através dela, o cristão é chamado a viver uma vida coletiva (a igreja), abandonando seu individualismo. Cada conversão é única, assim como é única a história de vida de cada um.
Alguns, porém, se cansam do caminho da conversão e se pervertem; ou seja, partem para o arrependimento (do arrependimento anterior) e para a incredulidade. Alguns retornam (o que teólogos chamam de reconversão), outros não, apostatando publicamente da fé um dia professada. (Richard Dawkins é, talvez, o apóstata mais conhecido da atualidade.)
Mas, o que dizer das instituições eclesiásticas, que muitos chamam de “igrejas”, contudo eu prefiro chamá-las de instituições ou denominações ou ainda, segundo Howard Snyder em “Vinho novo, odres novos”, entidades paraeclesiásticas? Será que, por carregarem pessoas cristãs são, automaticamente, cristãs?
Penso que as instituições estão em séria crise de identidade. Apesar de nominalmente carregarem o nome do Crucificado, na prática muitas se esmeram em posicionamentos que mais se aproximam da turma de Anás e Caifás. Temos paulatinamente nos distanciado da simplicidade e objetividade do Senhor, que ensinava copiarmos os modelos das crianças e das donas de casa que acham moedas perdidas (e que tinha menos problemas com a pecaminosidade explícita de uma mulher moralmente torta que com a ecaminosidade recolhida dos religiosamente retos). Em vez disso, temos tentado emular o “grande templo” com seus paramentos, seus pensamentos únicos e suas muitas e inúmeras regras. Tivemos a Inquisição no ramo católico do cristianismo, assim como a Bíblia nos mostra a Inquisição judaica contra Jesus e os primeiros cristãos. Infelizmente temos pequenas inquisições veladas no seio protestante.
Aliás, não sei por que temos ainda esse nome. O protestantismo, de fato, nunca foi implantado aqui em toda a sua plenitude. O que veio foi uma diluição estadunidense do já diluído protestantismo que lhes foi ensinado da Europa, juntamente com usos e costumes que perduram até hoje. Muitos não usam batina, mas o terno e a gravata cumprem a mesma função. Mas contra o quê mesmo protestamos? Contra a corrupção na política, especialmente lembrando dos panetones de Brasília? E a corrupção de nossa política interna, sem panetones, mas com muitos manjares do rei? Será que temos protestado contra procedimentos escusos de gente de fora que se diz pertencer ao rebanho de Deus, quando muitos dos nossos têm apresentado os mesmos procedimentos? Por que será que o que o outro faz é condenável, enquanto que o que um dos nossos faz é palatável?
Entendo que o pecado é uma mácula individual. Porém também entendo que existe o pecado estrutural; ou seja, as estruturas, por serem feitas por gente pecadora, também padecem desse mal que desumaniza a criação de Deus. Entre outras consequências, o pecado estrutural estimula pastores a abandonarem suas vocações, transformando- se em meros gerentes, pois assim o mercado demanda. O pecado estrutural também metamorfoseia o crente, fazendo-o um cliente exigente e chorão.
Enfim, é hora de conversão, ou reconversão. Não espero que as instituições se convertam. Mas espero que as pessoas de dentro dessas estruturas, incluindo aí eu e você, persigam o modelo de Jesus, tão desgastado em nosso tempo mercantilista, vil e apóstata.
• Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. revdigao.wordpress. com

quinta-feira, 22 de abril de 2010

TOYOTA: COMO EVITAR ACIDENTES NA ACELERAÇÃO DOS MOTORES

A polêmica do problema dos carros da fabricante Toyota continua sem solução, tanto nos EUA quanto aqui no Brasil.
Aos que possuem um carro toyota, segue uma sugestão simples para eventual problema na repentina acelaração do motor:
Coloque imediatamente o câmbio no ponto morto, ou no neutro, como alguns preferem chamar.
Desta forma, por mais que o motor acelere sozinho, não haverá chances de causar acidentes, muito menos exigir o desespero do(a)s motoristas em tentar frear o carro.
Encoste o carro, desligue o motor e dê um tempo até ligá-lo novamente e verificar se o problema persiste.
É a dica mais óbvia e mais simples possível. De um bom motorista, mas que não possui nenhum veículo toyota.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Crônica de Paulo Hamilton sobre o BBB

Há dias atrás, lendo um artigo do poeta, compositor musical e escritor de renome Marcelo Guido, publicado no Usina de Letras, em 02.03.00, fiquei a refletir sobre o seu ponto de vista acerca do programa BBB, em seu artigo: Bela Bo$ta Brasileira (grifo do autor).
Que me perdoem os ávidos telespectadores do Big Brother Brasil (BBB), produzido e organizado pela nossa distinta Rede Globo, mas conseguimos chegar ao fundo do poço. A décima (está indo longe) edição do BBB é uma síntese do que há de pior na TV brasileira. Chega a ser difícil encontrar as palavras adequadas para qualificar tamanho atentado à nossa modesta inteligência.
Dizem que Roma, um dos maiores impérios que o mundo conheceu, teve seu fim marcado pela depravação dos valores morais do seu povo, principalmente pela banalização do sexo. O BBB 10 é a pura e suprema banalização do sexo. Impossível assistir, ver este programa ao lado dos filhos. Gays, lésbicas, heteros... todos na mesma casa, a casa dos “heróis”, como são chamados por Pedro Bial. Não tenho nada contra gays, acho que cada um faz da vida o que quer, mas sou contra safadeza ao vivo na TV, seja entre homossexuais ou heterosexuais. O BBB 10 é a realidade em busca do IBOPE.
Veja como Pedro Bial tratou os participantes do BBB 10. Ele prometeu um “zoológico humano divertido” . Não sei se será divertido, mas parece bem variado na sua mistura de clichês e figuras típicas.
Se entendi corretamente as apresentações, são 15 os “animais” do “zoológico”: o judeu tarado, o gay afeminado, a dentista gostosa, o negro com suingue, a nerd tímida, a gostosa com bundão, a “não sou piranha mas não sou santa”, o modelo Mr. Maringá, a lésbica convicta, a DJ intelectual, o carioca marrento, o maquiador drag-queen e a PM que gosta de apanhar (essa é para acabar!!!).
Pergunto-me, por exemplo, como um jornalista, documentarista e escritor como Pedro Bial que, faça-se justiça, cobriu a Queda do Muro de Berlim, se submete a ser apresentador de um programa desse nível. Em um e-mail que recebi há pouco tempo, Bial escreve maravilhosamente bem sobre a perda do humorista Bussunda, referindo-se à pena de se morrer tão cedo.
Eu gostaria de perguntar se ele não pensa que esse programa é a morte da cultura, de valores e princípios, da moral, da ética e da dignidade.
Outro dia, durante o intervalo de uma programação da Globo, um outro repórter acéfalo do BBB disse que, para ganhar o prêmio de um milhão e meio de reais, um Big Brother tem um caminho árduo pela frente, chamando-os de heróis. Caminho árduo? Heróis? São esses nossos exemplos de heróis?
Caminho árduo para mim é aquele percorrido por milhões de brasileiros, profissionais da saúde, professores da rede pública (aliás, todos os professores) , carteiros, lixeiros e tantos outros trabalhadores incansáveis que, diariamente, passam horas exercendo suas funções com dedicação, competência e amor, e quase sempre são mal remunerados...
Heróis são milhares de brasileiros que sequer tem um prato de comida por dia e um colchão decente para dormir, e conseguem sobreviver a isso todo santo dia.
Heróis são crianças e adultos que lutam contra doenças complicadíssimas porque não tiveram chance de ter uma vida mais saudável e digna. Heróis são inúmeras pessoas, entidades sociais e beneficentes, ONGs, voluntários, igrejas e hospitais que se dedicam ao cuidado de carentes, doentes e necessitados (vamos lembrar de nossa eterna heroína Zilda Arns).
Heróis são aqueles que, apesar de ganharem um salário mínimo, pagam suas contas, restando apenas dezesseis reais para alimentação, como mostrado em outra reportagem apresentada meses atrás pela própria Rede Globo.
O Big Brother Brasil não é um programa cultural, nem educativo, não acrescenta informações e conhecimentos intelectuais aos telespectadores, nem aos participantes, e não há qualquer outro estímulo como, por exemplo, o incentivo ao esporte, à música, à criatividade ou ao ensino de conceitos como valor, ética, trabalho e moral. São apenas pessoas que se prestam a comer, beber, tomar sol, fofocar, dormir e agir estupidamente para que, ao final do programa, o “escolhido” receba um milhão e meio de reais. E ai vem algum psicólogo de vanguarda e me diz que o BBB ajuda a "entender o comportamento humano". Ah, tenha dó!!!
Veja o que está por de tra$$$$$$$$$$$$$$$ do BBB: José Neumani, da Rádio Jovem Pan, fez um cálculo de que se vinte e nove milhões de pessoas ligarem a cada paredão, com o custo da ligação a trinta centavos, a Rede Globo e a Telefônica arrecadam oito milhões e setecentos mil reais. Eu vou repetir: oito milhões e setecentos mil reais a cada paredão.
Já imaginaram quanto poderia ser feito com essa quantia se fosse dedicada a programas de inclusão social, moradia, alimentação, ensino e saúde de muitos brasileiros?
(Poderia ser feito mais de 520 casas populares; ou comprar mais de 5.000 computadores ) Essas palavras não são de revolta ou protesto, mas de vergonha e indignação, por ver tamanha aberração ter milhões de telespectadores.
Em vez de assistir ao BBB, que tal ler um livro, um poema de Mário Quintana ou de Neruda, ou qualquer outra coisa..., ir ao cinema..., estudar... , ouvir boa música..., cuidar das flores e jardins..., telefonar para um amigo..., visitar os avós..., pescar..., brincar com as crianças..., namorar... ou simplesmente dormir. Assistir ao BBB é ajudar a Globo a ganhar rios de dinheiro e destruir o que ainda resta dos valores sobre os quais foi construído nossa sociedade.

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Sejam bem-vindos ao Blog onde procuraremos tratar das qualidades dos serviços e produtos, dentro de uma perspectiva crítica para melhorar a qualidade tanto do consumidor, com esclarecimentos, bem assim, em melhorar a forma de atuação e vendas das empresas, sejam elas fornecedoras de produtos ou serviços, mediante assessoria.
Este é um espaço democrático para as discussões acerca dos problemas vividos numa sociedade marcada pelo capitalismo selvagem praticado no Brasil, bem como pela sociedade consumista que nos tornamos.

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